"Eu bato o portão sem fazer alarde,
Eu levo a carteira de identidade,
Uma saideira, muita saudade,
E a leve impressão de que já vou tarde."
(Chico Buarque)
o
Para contar a história inteira é preciso, de início, elaborar um final.
- Nada... Eu queria que você tivesse ouvido.
- Então, você deveria me dizer.
Em silêncio, repito o que ouvi na primeira vez em que nos falamos.
Termino, como comecei.
- Nada... Eu queria que você tivesse ouvido.
- Então, você deveria me dizer.
Em silêncio, repito o que ouvi na primeira vez em que nos falamos.
Termino, como comecei.
.
................................................................................Fim.
.
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................................O futuro é sempre incerto................................
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Nossas mãos se tocaram com cuidado, de repente, por um acaso que a gente provocou.
E aceitamos, em silêncio, um e outro, andarmos de mãos dadas, como se fossemos velhos conhecidos, enquanto, também não por acaso, avisávamos um para o outro que acabáramos de nos conhecer.
As mãos seguravam-se firmes, mas nem elas mesmas sabiam o porquê de agirem assim, e tímidas, soltaram-se, aos poucos, até que apenas as pontas dos dedos encontravam-se umas com as outras.
Seus dedos estavam na ponta da minha mão, minha mão, na ponta de seus dedos.
Um convite para sentar.
O banco de concreto no meio do jardim.
Tanta conversa para tão pouco assunto.
Tanto assunto para tão pouco (e ao mesmo tempo, tanto) tempo.
Pra que falar?
Um beijo na minha testa, nossas mãos estavam juntas,
um beijo na bochecha, a certeza de que nos beijaríamos:
nosso beijo, na boca.
Uma boca na boca do outro.
E os dedos, que as nossas mãos soltavam, nos tocavam com carinho.
Carinho: foi essa palavra que ouvi, enquanto a gente não falava nada.
- A gente nunca falou...
- ...te amo?
- ...
- ...volta?
-...
- ...adeus?
- ...
- Fala!
- Nada... Eu queria que você tivesse ouvido.
- Então, você deveria me dizer.
Em silêncio, repito o que ouvi na primeira vez em que nos falamos.
Termino, como comecei.
................................................................................Fim.
Nossas mãos se tocaram com cuidado, de repente, por um acaso que a gente provocou.
E aceitamos, em silêncio, um e outro, andarmos de mãos dadas, como se fossemos velhos conhecidos, enquanto, também não por acaso, avisávamos um para o outro que acabáramos de nos conhecer.
As mãos seguravam-se firmes, mas nem elas mesmas sabiam o porquê de agirem assim, e tímidas, soltaram-se, aos poucos, até que apenas as pontas dos dedos encontravam-se umas com as outras.
Seus dedos estavam na ponta da minha mão, minha mão, na ponta de seus dedos.
Um convite para sentar.
O banco de concreto no meio do jardim.
Tanta conversa para tão pouco assunto.
Tanto assunto para tão pouco (e ao mesmo tempo, tanto) tempo.
Pra que falar?
Um beijo na minha testa, nossas mãos estavam juntas,
um beijo na bochecha, a certeza de que nos beijaríamos:
nosso beijo, na boca.
Uma boca na boca do outro.
E os dedos, que as nossas mãos soltavam, nos tocavam com carinho.
Carinho: foi essa palavra que ouvi, enquanto a gente não falava nada.
- A gente nunca falou...
- ...te amo?
- ...
- ...volta?
-...
- ...adeus?
- ...
- Fala!
- Nada... Eu queria que você tivesse ouvido.
- Então, você deveria me dizer.
Em silêncio, repito o que ouvi na primeira vez em que nos falamos.
Termino, como comecei.
................................................................................Fim.
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