sábado, 30 de agosto de 2008
Pacto
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Tempo
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
O eu pintor
Se o mundo vai bem ou mal, sou eu que sei.
O mundo é desenho em branco - quem pinta sou eu.
Artista leva tempo - talvez a vida inteira - para aprender a lidar com tinta.
Às vezes quer pintar o sol de amarelo e borra as nuvens: o céu fica todo amarelo e já nem parece céu ou parece pôr-do-sol ou noite de ano-novo ou céu em tempo de guerra...
Mas de que importa?
O que parece o céu que eu borro com meu pincel, sou eu que sei.
Outros verão outros céus amarelos.
Se eu pinto verde o caule da flor e o sangue da mão da menina de vermelho, lembrando de colori-la com a tinta cor da pele, provo minha sabedoria, mas quando toda laranja que eu como é laranja, as violetas na minha janela, sempre violetas e a única rosa de que sou capaz é a cor de rosa, então adoeci.
É tênue, e ao mesmo tempo evidente, o que distingue o artista sábio do artista que enlouqueceu.
Conhecer os limites do meu desenho, dá liberdade ao meu pincel: se sou livre, minha laranja pode ser azul, minhas violetas cor de abóbora e as rosas vermelhas, brancas, amarelas e até lilases.
As cores do meu mundo, sou eu que sei.
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