sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Tempo

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"...desacreditar do mistério, acelerar o tempo.
Acima de tudo, somos indelicados com o tempo."
(Maria Rita Kehl)
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Passa o menino-homem pela vida, correndo.
- Onde pensa que vai com tanta pressa? - pergunta o tempo, com uma voz tão alta que lhe interrompe.
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Interrompido, ele responde.
Toda parada já é em si uma resposta, cheia de silêncio.
E o silêncio é a mais sincera das respostas.
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Com sinceridade, o menino-homem silencia esse "não sei" e percebe que um "...eu nunca tinha parado para pensar..." justificaria com humildade a ignorância interrompida, filha de sua velocidade.
Ele tanto corre, que nunca sabe.
Nunca sabe onde pensa que vai...
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Corre, não pensa.
Corre, não vai...
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Foi a pressa do menino-homem, que fez o tempo lhe parar.
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Ou se corre ou se vai...
Ir exige tempo e, acima de tudo, delicadeza.
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