quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Sem tempo

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"Arte.
Das tripas,
coração."
(Adélia Prado)
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Os meus dias mais urgentes, são os que mais pedem poesia.
Justo o tempo que eu não tenho é o que me sobra para escrever.
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Um comentário:

-d.c.- disse...

a moça r. desencontrada da poesia e a tendo, enviou-lhe uma carta. é assim:

"vê se encontra um tempo
pra me encontrar sem contratempo
por algum tempo
o tempo dá voltas e curvas
o tempo tem revoltas absurdas
ele é e não é ao mesmo tempo
avenida das flores
e a ferida das dores
e só então
de sopetão
entro e me adentro no tempo e no vento
e abarco e embarco no barco de Ísis e Osíris
sou como a flecha do arco do arco-íris
que despedaça as flores mais coloridas em mil fragmentos
que passa e de graça distribui amores de cristais totais sexuais celestiais
das feridas das queridas despedidas
de quem sentiu todos os momentos"

(Tempo sem Tempo, jorge mautner/ zé miguel wisnik)