terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Fragmentos daquele seu segredo


É o preço da linha tênue: 
avistar ambos os mundos, sem jamais, de fato, os tocar.
(Janeiro/2013)


Por isso é tão triste não aprender a morte e ficar vagando por aí até morrer sem saber, acendendo vela, tocando sino, fazendo escândalo de susto de uma coisa tão bonita: de uma última página de livro, de última linha de história, que qualquer neto nascido pode recomeçar a contar.
(janeiro/2010)

Talvez tudo seja espelho.
Talvez tudo que eu olho, seja reflexo meu.
(outubro/2009)

É um perigo tropeçar com vela na mão: um descuido e ateia-se fogo a tudo.
(outubro/2009)

Também nosso sangue por vezes se perde,
também as construções desabam sobre nós.
(abril/2009)

O silêncio falava o quanto era ela impotente: 
ninguém pode pedir ao silêncio que se cale.
(março/2009)

Às vezes, aquilo que me falta é o que eu tenho de mais denso.
(fevereiro/2009)

Mais feliz do que aquele que acredita sem ver é aquele que observa.
(janeiro/2009)

Justo o tempo que eu não tenho é o que me sobra para escrever.
(dezembro/2008)

Não ter religião é conviver com a insuficiência das poucas respostas que temos.
(novembro/2008)

A espera coloca uma vida possível num futuro que talvez não possa ser;
o aguardo guarda o melhor de mim para ser vivido depois.

(novembro/2008)

Tenho pavor de ser feliz.
(novembro/2008)

Conhecer os limites do meu desenho, dá liberdade ao meu pincel: se sou livre, minha laranja pode ser azul, minhas violetas cor de abóbora e as rosas vermelhas, brancas, amarelas e até lilases.
As cores do meu mundo, sou eu que sei.

(agosto/2008)

E o silêncio é a mais sincera das respostas.
(agosto/2008)

Eu gosto do silêncio que precede a fala, ou que paira depois do amor... com ele eu tenho toda a paciência que o mundo exige, que a vida e a alma pedem.
(junho/2008)

Tem uma festa-surpresa dentro de mim...
(junho/2008)

Para uma depressão falta só o mais importante: a tristeza. (...) Mas ainda dói...ainda bem!
(maio/2008)

Eu só sou na corda bamba, na dúvida, no quase, no ponto de interrogação, nas reticências, na incerteza, no calafrio...nas várias perguntas.
(maio/2008)

Para mim, é sempre mais fácil cumprir as promessas que não faço.
(fevereiro/2008)

Aos poucos encontro o chão: aquele em que eu piso, e aquele que eu sempre fui.
(outubro/2007)

O segredo que guardo, guardo dela, e ela só pode desvendar sozinha, por isso é que jamais eu o escreveria aqui.
(Primeira postagem -agosto/2007)

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