sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Voltei...

"A despeito da vida que acorrente.
Volta-se, volta-se para a sinceridade
Volta-se sempre, tarde ou de repente
Na alegria ou na infelicidade."
(Vinícius de Moraes)
Pois...
Prometi (a quem mais do que a mim mesma?) que escreveria com freqüência; que registraria minhas impressões da vida no Porto...e não cumpri. Agora voltei. Quatro meses depois da última postagem, voltei a escrever. Quase seis meses depois da minha partida, voltei para o Brasil, para a casa dos meus pais, para a minha vida real...
E por que agora torna-se novamente mais fácil escrever aqui? Talvez porque o que eu vivi lá não caiba exatamente nas palavras que eu sei escrever... Cabe, sim, nas que eu sei falar - pois pede sorriso, olhos brilhando, pede gesto - e nas que eu espero saber guardar em mim.
Eu volto, e não me proponho agora a escrever aqui sempre, embora hoje eu saiba que essa vida que eu vou levando aqui não seja menos digna de ser lembrada que a que eu deixei lá. Mas quem sabe desta vez, sem propósito, eu escreva? Para mim, é sempre mais fácil cumprir as promessas que não faço.
Os últimos meses foram ótimos, a experiência, em todos os sentidos, vivida de forma completa. A dor que me apertava o peito e a garganta e insistia em sair em forma de lágrima no meu último dia no Porto era forte, mas as boas vindas desfizeram qualquer nó.
A vida continuou aqui sem mim - e continua para quem eu deixei lá no Porto - mas eu fiz falta - do mesmo jeito que muitos fizeram - e fazem - falta pra mim.
Agora é acordar do sonho, e retomar a minha realidade, mas não voltei a mesma. O que eu vivi lá, eu trouxe para cá. Agora a vida acordada sempre vai ter um pouquinho do sabor de sonho, assim, ao menos, eu espero que seja.
Hoje eu sei o que é saudade. Saudade do passado e do futuro, de quem eu vou ver logo, de quem eu nunca mais vou ver, dos momentos que não vão se repetir, misturada a uma saudade daqules que eu ainda nem conheço, do tanto que eu sei que tem pela frente.
Eu voltei.
E voltei com muitas histórias para contar, com experiências para compartilhar, com planos para pôr em concreto, com questões para desvendar, e com perguntas, com muitas perguntas.
Eu sempre gostei dos pontos de interrogação.
O bom é ver que eu tenho menos pressa em respondê-las agora. Não preciso mais correr atrás não sei de quê. Agora eu posso andar mais devagar...devagar, mas não sempre, porque tudo que eu vivi teve começo, meio e fim. E eu sei que as coisas sempre terminam assim.

3 comentários:

Anônimo disse...

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-d.c.- disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
-d.c.- disse...

r.esposta

impossível
palavra
(que) abarca(r)
vida.

dizer
os infinitos sem-nomes
que nos tomam
o corpo

mas

: uma palavra

o mundo se sustenta
(num ínfimo- na ponta de uma agulha)

&

eternizarmos
o instante
que nos
amanhece